terça-feira, 8 de novembro de 2011

Filme Medianeras


Medianeras é um filme Argentino que fala de uma forma bem particular de relacionamentos e da falta deles... Se trata de duas pessoas que não se conhecem,  que moram na mesma cidade, uma cidade grande, cheia de gente, de lugares para ir e de programas para fazer, mas mesmo com tanta oferta, existe um vazío muito grande que arrebata essas duas almas. No filme eles se questionam sobre muitas questões, sobre suas vidas, sobre o lugar onde moram e como vivem.
É um filme intimista porque convida o telespectador a pensar sobre as relações que as pessoas estabelecem entre si e mais ainda sobre o estar sozinho e sentir-se sozinho. Talvez esse seja o grande medo de todos, a solidão é um dos fantasmas que mais assombram as pessoas hoje em dia, fazem as mesmas permanecerem em relações fracassadas ou se comprometerem com pessoas que não as emocionam e tampouco as arrepiam. E o fato de estarmos constantemente conectados seja um dos principais sintomas disso, temos à nossa disposição muitas redes sociais que a internet nos proporciona para não nos sentirmos tão sozinhos, mas será que isso não nos distancia das pessoas? Um paradoxo. Essas redes proporcionam construírmos, ainda mais, imagens de nós mesmos que muitas vezes não condizem com a realidade e assim vai se perdendo o que é autêntico e espontâneo.
É encantador os possíveis encontros ou desencontros dos personagens, pois passa a sensação (que é verdadeira) de não sabermos quem são as pessoas que passam por nós e quem poderiam ser... porém, uma das minhas partes preferidas do filme, é a ideia das “Medianeras”, em que eles se referem àquelas partes laterais dos prédios, que não é a frente, nem o fundo, e sim aquele espaço que fica entre essas duas posições e que raramente tem algum detalhe, parece uma parede grande e que frequentemente é usada para anúncios publicitários. 
As “medianeras”, segundo o filme, significa aquilo que está entre os acontecimentos importantes, aquilo que passa com a gente e não nos damos conta, o dia-a-dia, o automático, o que não valorizamos e que nem reconhecemos, as horas que passam, a rotina, o que não tem graça, as nossas neuroses e o desejo de desfazer-se delas. Além disso, o que mais toca é que não importa a história que está sendo contada, em que contexto ela acontece e quem são as pessoas que estão envolvidas, a busca sempre é a mesma, o verdadeiro amor, aquele que te causa eletricidade, que te inspira e que acima de tudo combina contigo.
A trilha sonora que embala o filme é “True love will find you in the end” de Daniel Johnston (vale a pena escutar!) o que trás uma esperança em meio tantas frustrações e medos a respeito dessa busca incansável de encontrar finalmente o “Wally” da sua vida.   
Cristina Aragonez






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